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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

12

Comecei a lembrar de umas coisas que não lembrava há tempos
enquanto experimentava a "junção perfeita" de doce que minha tia
tanto dizia para provar: cereja com maçã. Cortei a maçã em várias
partes e misturei com um saquinho de cerejas que sabe-se lá desde
quando estavam na geladeira. Sentei no sofá me preparando para começar
a tarefa.
Fui me lembrando de como você sempre arranjava um jeito de me ter de volta.
E eu boba, nula, cedia. Passava um tempo e lá estava
eu de novo sensível, deprimida me entupindo de qualquer
tipo de auto flagelamento engordativo. Você tinha alguma
coisa que me fazia tremer rapaz, você me tinha nas mãos.
E sabe bem que provavelmente eu terei sido a única a ter te
enxergado dessa forma e te visto despir sentimentos
quase que nus pra mim. Mas você ia embora e levava toda a
doçura com você, todas as palavras com você e todo o meu amor também.
E eu boba, nula, deixava. O ciclo se repetiu inúmeras vezes
até você ir embora de vez e deixar meu amor todo aqui.
Só pra mim. Te confesso que ficar com todo esse amor foi
muito difícil, mas ele foi se ajeitando e se alojando em seu devido
lugar. Foi parando de doer a cada segundo que percebia que você
não era tão doce assim, não tinha nada de especial e que assim como
você e eu cereja nada tinha a ver com maçã.

Escapismo disfarçado de realidade.

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