Há um tempo atrás eu perdi algumas palavras. Elas não se encaixavam mais em nenhuma rima, em nenhuma estrofe. Tudo já parecia meio bobo, meio ruim. Mas ai você apareceu. E você apareceu como toda as outras vezes que já havia aparecido. No ponto, nos esbarrando na rua quando você tinha ido comprar sorvete, nos ônibus e nos amigos em comum e na verdade eu acho mesmo é que você sempre esteve lá. E talvez essa última calhou de ser o momento certo na hora errada. De novo. E de novo. E de novo. Parece que as coisas têm tudo para dar certo no momento errado. De novo.
Você coloca sua cabeça entre o meu pescoço e inspira bem fundo e as vezes eu acho que você ficou com um pouquinho de mim em você. Eu olho fundo nos teus olhos e aperto meus dedos entre os teus porque não tem nada que parecesse mais certo do que eu e você ali. E as vezes eu só queria poder te abraçar e sentir o teu cheiro misturado com cigarro enquanto estamos sentados na minha varanda e minhas pernas estão por cima das suas.
Mas nunca fomos nós. Éramos eu e tu e uma imensidão no meio.
E de repente éramos só eu.
Era.
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