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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

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Eu te vejo parado sozinho num canto no meio dessa gente que só sabe falar, esbravejar, contar vantagens e fazer piadas enquanto tomam alguma bebida barata e ouvem uma música qualquer. Eu te vejo ali parado e me vejo aqui parada e penso que podíamos continuar parados juntos. Ou talvez eu te chamasse pra dançar a  tal música qualquer porque eu tenho essas crises de impulsividade que me tomam para passear vez ou outra. Eu te vejo ali parado e seus olhos centralizados em um ponto fixo mas nem ao menos vendo qualquer coisa a sua frente. E mal sabe você que meu ponto fixo esta focalizado na sua direção, reparando cada movimento porque o que falta de coisas interessantes a nossa volta há de interessante concentrado em você. Mas então você desvia o olhar do vazio de qualquer coisa e qualquer lugar dentro da sua cabeça e olha ao redor. E lá estou eu, platônica, indiscreta, transparente. E eu posso jurar que você sabe o que eu estou pensando. Você sorri. Eu sorrio. E nós dois continuamos, parados, sozinhos e indiretamente juntos no  meio da multidão.

2 comentários:

Escapismo disfarçado de realidade.

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