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domingo, 20 de novembro de 2011

1

Chega em casa mais uma vez lá pelas 6:30 da manhã, vai tirando
suas peças de roupa enquanto caminha até a cama. Mais uma noite,
mais alguns copos de vodka misturados com alguma outra coisa e mais
um vazio no peito. Fechou os olhos e a noite passou em um flash.
Sorriu. Eram aqueles os únicos momentos em que o vazio desaparecia
e era ocupado por uma alegria inebriante. Mas ao
chegar em casa era sempre a mesma coisa, nem se olhar no espelho
ela conseguia mais. Sentia falta de alguma coisa, alguma coisa
não era mais a mesma. Ela não era mais a mesma. Se levantou e teve que
encarar o vidro do banheiro que refletia a maquiagem borrada e
o lixo que ela havia se tornado. Uma lágrima escorreu deixando
trasparecer sua visível decadência tanto externa quanto interna.
Lavou o rosto, voltou a se deitar em sua cama enquanto tentava
se agarrar a qualquer restinho de frieza que havia adquirido
desde que sua vida não passava apenas de um papel em branco que era
preenchido a lápis todas as noites e apagado em todo tempo que a restava.
E mais um dia passava e ela continuava a trancafiar toda a verdade, seus medos
e angústias dentro de si. Mas de vez em quando, aquela garota que vivia
sorrindo por aí e mostrando a todos sua aparente felicidade, caia em prantos
enquanto parecia segurar o mundo nas mãos e deixava seu verdadeiro eu vir a tona:
a mulher mais infeliz do mundo.

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Escapismo disfarçado de realidade.

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